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Qualidade de Vida: como saber se uma empresa valoriza (mesmo) a sua

  • Foto do escritor: Valeska Petek
    Valeska Petek
  • 7 de dez. de 2022
  • 5 min de leitura

"Finalmente vou trabalhar em uma empresa que valoriza a qualidade de vida" foi o pensamento da Amanda* durante o seu primeiro dia em uma multinacional.


Ao entrar no escritório, ela reconheceu alguns espaços que já havia visto em redes sociais - afinal, que funcionário resistiria à ideia de postar uma foto na piscina de bolinhas, não é mesmo? É descolado, instagramável, cool. Um pouco à frente, após a seção dos videogames, encontrou uma sala para massagens semanais. Uau! Tem até um cartaz incentivando a Casual Friday, o dia em que é permitido se vestir com mais conforto, como com sapatos sem salto.


Após um ano no time, ela faz uma retrospectiva sobre como tem sido a sua jornada:


▶ As férias na praia, tão desejadas, virão em boa hora: além de matar a saudade do sol, servirão para descansar depois de tantas horas extras. Afinal, trabalhar 10 horas por dia já virou rotina - exceto às sextas, claro, que é quando ela consegue ir para casa após trabalhar apenas 8. Na agenda, "massagem" aparece várias vezes... como cancelada. Afinal, como a intenção é crescer na empresa, ela memorizou bem quando seu líder disse "isso aqui ainda é uma empresa, não um spa". A piscina de bolinhas? Ainda não deu tempo de usá-la. Sabe como é: depois de uma redução na equipe, ela acumulou funções e sobrou pouco tempo para essas distrações.


Cada vez mais exausta com o ritmo de trabalho, os fins de semana servem para se recuperar. O lazer fica em segundo plano, pois tudo o que ela quer fazer em casa é ir do sofá para a cama. Mesmo após negociações com seu líder, não há previsão de quando esse cenário irá melhorar. Talvez até piore - sabe como é: o mercado está complicado. Por isso, Amanda considera trocar de empresa em um futuro próximo, mas tem medo de se arrepender. Afinal:


▶ Com tanta propaganda por aí, como saber se uma empresa realmente se importa com a qualidade de vida dos seus funcionários?


*O nome Amanda é ilustrativo, mas as reflexões sobre esse tema são reais. Vem comigo! 😉


Durante um processo seletivo, em uma entrevista, por exemplo, é esperado que um candidato se valorize ao falar sobre as suas qualificações. Algumas vezes isso ocorre de forma honesta, outras nem tanto.


O mesmo ocorre com as empresas, que querem atrair os melhores talentos disponíveis dentro de um determinado perfil desejado. Algumas vezes há um alinhamento de expectativas honesto, outras nem tanto.


Afinal, não é sempre que um candidato conta que não gosta de trabalhar sob pressão, ou que uma empresa assume que a sua cultura organizacional não é tão inovadora quanto parece no seu website.


O processo seletivo é desenhado para que ambos possam se conhecer e avaliar se essa relação profissional vai dar certo. Por isso, cabe a você, como candidato, investigar pontos que considere importantes na sua decisão de trocar de emprego.


Considerando especificamente o fator Qualidade de Vida, trago 3 passos para te ajudar nessa análise:


1) LEIA CRITICAMENTE A DESCRIÇÃO DA VAGA


Comece pelo que está explícito e também leia nas entrelinhas.


  • As responsabilidades descritas são coerentes com o cargo ou parece haver um acúmulo de funções?

  • Há pistas sobre o clima organizacional? Por exemplo: se uma empresa se antecipa descrevendo que busca um candidato que "veste a camisa da empresa de verdade" ou "disponível para fazer horas extras", podemos supor que o ritmo de trabalho seja intenso. Algo como "habilidade para lidar com pressão e prazos apertados" também merece atenção;

  • Há informações sobre remuneração e benefícios? São benefícios que você valoriza e dos quais poderá usufruir, considerando o seu estilo de vida?

  • As atividades do cargo podem ser realizadas apenas de forma presencial? Se não, qual o motivo de a empresa não oferecer uma opção híbrida ou remota? Há alguma pista aqui sobre o estilo de gestão?


Minha proposta nessa fase da análise é ou (1) desistir de um processo que não esteja alinhado com os seus objetivos de carreira ou (2) anotar dúvidas que você gostaria de esclarecer em uma futura entrevista.


2) CONVERSE COM QUEM TRABALHA LÁ


Para esse tipo de abordagem, considere alguém com quem tenha alguma afinidade, ou seja, alguém que se sinta confortável sendo sincero sobre as suas reais impressões sobre a empresa em questão. Pergunte sobre a rotina e fatores que, para você, representam qualidade de vida. Por exemplo:


  • Com que frequência há necessidade de fazer horas extras? Geralmente são atreladas a um projeto em específico ou é parte da rotina? Essa necessidade é informada com alguma antecedência ou trata-se de algo que os funcionários ficam sabendo quando estão prestes a ir embora? Essas horas são pagas ou vão para um banco? Os funcionários são encorajados a usá-las em momentos de menor demanda, tirando folgas?

  • A empresa fala internamente sobre saúde física? E saúde mental? De que forma, na prática, esses cuidados são incentivados? Qual é a postura da liderança quando alguém da equipe precisa ausentar-se durante uma licença médica?

  • Durante os fins de semana, é esperada alguma disponibilidade dos funcionários, por e-mail ou telefone? E durante a semana, depois do expediente? Os eventos fora do horário de trabalho são obrigatórios ou opcionais?

  • A cultura inovadora (ou dinâmica, ágil, humanizada, etc) descrita no website é colocada em prática mesmo? Como? Pode me dar um exemplo?


3) ENTREVISTE O ENTREVISTADOR


Sim, você deve fazer perguntas em uma entrevista. Esse é o momento de reunir todos os pontos de atenção que surgiram durante a leitura crítica da descrição da vaga e também a partir da conversa com um colega que atua na empresa.

Durante o processo seletivo, é possível que muitas dúvidas sejam respondidas antecipadamente durante uma apresentação da empresa, por exemplo. Além disso, uma observação atenta de todo o processo de recrutamento também ajudará a clarificar como seria fazer parte daquele time.

Para os tópicos que ainda ficarem em aberto, a entrevista é um ótimo momento para esclarecê-los. Aqui vão outras perguntas que também podem ajudar nessa avaliação:


O que você considera como um bom desempenho para quem ocupa essa vaga?

Ideal para ser respondida pelo seu talvez-futuro-líder, essa pergunta te ajuda a entender qual a expectativa sobre a pessoa que irá preencher a vaga em questão. Entenda se você se sentirá confortável com esses critérios de avaliação.


Como foi o crescimento de outros profissionais que foram promovidos?

Aqui a ideia é ter um exemplo de profissional que foi promovido dentro da empresa (mesmo que sem citar nomes), para conhecer os critérios valorizados e também o tempo que essa mudança de cargo levou para acontecer. Novamente, avalie se o que é apresentado faz sentido para o seu plano de carreira.


Qual o principal desafio do departamento atualmente?

Com essa resposta, você conhecerá mais sobre a dinâmica atual: o foco está em aumentar as vendas? Reduzir custos? Houve uma reestruturação recente na equipe ou nos processos? Conecte esse desafio com as habilidades necessárias para lidar bem com ele - e se isso combina com o que você busca.

Nem toda oportunidade é única. Recusar uma vaga por não estar alinhada aos seus objetivos de carreira (e de vida) é estratégico.

Qualquer movimento de carreira (como trocar de emprego) pode ser mais seguro quando há análise e planejamento. Entenda qual é o seu ponto A (onde você está agora) e o ponto B (onde você quer chegar). Com um Plano de Carreira personalizado, você saberá reconhecer quais oportunidades realmente valem a pena para você, tendo uma piscina de bolinhas inclusa ou não! :)


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Artigo publicado originalmente aqui.

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Valeska Petek ® | Comunicação & Carreira

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